Um caso de crueldade contra animais chocou os moradores do município de Vidal Ramos, em Santa Catarina. Um adolescente de 14 anos jogou cinco filhotes de cachorro em uma fornalha e filmou o ato, que foi enviado a amigos e posteriormente circulou em grupos de WhatsApp. O vídeo, que mostra os gritos dos animais enquanto são consumidos pelas chamas, gerou indignação e levou a uma denúncia à polícia.
A Polícia Militar foi acionada e se dirigiu até o local, onde encontrou a mesma cena do vídeo, confirmando a veracidade do crime. O capitão Arno Senem, responsável pela equipe que atendeu a ocorrência, informou à CNN que o pai do adolescente não estava em casa no momento.
“O pai estava trabalhando no momento em que os policiais foram até o local. Como o vídeo era de data anterior, não existia flagrante, mas foi feito um boletim de ocorrência e encaminhado à Polícia Civil para investigação”, disse o capitão.
No vídeo, o adolescente age com frieza ao abrir a fornalha e jogar os animais que estavam em uma sacola. A polícia ainda não sabe se a decisão de queimar os filhotes partiu dele ou se ele foi influenciado por terceiros. “É um processo amplo e estamos tratando de um menor. Não sabemos se ele fez isso por vontade própria ou foi motivado por alguém”, explicou Senem.
Casos de crueldade em ascensão
Este incidente ocorre em meio a uma crescente preocupação com o aumento de casos de crueldade contra animais. Recentemente, um caso semelhante ocorreu no Paraná, onde uma criança de 9 anos invadiu um hospital veterinário em Nova Fátima e matou 23 animais. O local, apelidado de “fazendinha”, havia sido inaugurado no dia 12 de outubro. O menino, que estava presente na inauguração, voltou ao local no dia seguinte e cometeu o massacre.
Ambos os casos expõem lacunas legais e questões éticas sobre como lidar com menores envolvidos em crimes de crueldade contra animais. Apesar de os maus-tratos serem crime previsto pela legislação brasileira, crianças e adolescentes não podem ser responsabilizados criminalmente segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Esses casos têm levantado discussões sobre a necessidade de novas abordagens para lidar com a violência juvenil e a proteção dos animais.
As investigações sobre o caso em Vidal Ramos continuam, e a polícia tenta entender as motivações do adolescente. A comunidade local, assim como organizações de proteção animal, aguardam desdobramentos sobre o caso.